Um importante psicanalista, Erik
Erikson, considera que a principal “tarefa” do adolescente seria a aquisição da
identidade do ego. Aliás, é de suas teorias que surge a famosa expressão “crise
de identidade.” O jovem cumpriria essa tarefa por meio de vários processos,
sendo os mais importantes as identificações. Através da negação de umas e da
absorção de outras, gradualmente se cristalizaria a identidade adulta.
Para obtê-la, o jovem precisaria
de um “tempo”.
Um período de experiências e
adiantamento de compromissos. No caso de esse tempo for mal aproveitado,
surgiria a “confusão de identidade”, gerando angústia, passividade,
dificuldades de relacionamento. Um outro risco seria a aquisição de uma
identidade negativa, baseada em identificações ruins, mas apresentadas durante
a vida do jovem como as mais reais.
O apaixonar-se, tão freqüente na
adolescência, seria para Erikson de natureza menos sexual do que em idades
posteriores. Seria antes uma tentativa de projetar e testar o próprio ego por
meio de outra pessoa, identificando-se com ela e clareando sua própria
identidade.
Associada à noção de identidade
estaria a de ideologia, que expressa as idéias do grupo social. Ela funcionaria
positivamente, confirmando a identidade do indivíduo, reconhecendo-o como parte
integrante da sociedade. Assim, a aquisição de uma ideologia permitiria ao
jovem resolver os seus principais conflitos, fugir da “confusão de valores”, e
lhe daria acesso à vida social.
Erikson afirmava que os sistemas
totalitários exercem atração sobre o jovem, pois fornecem identidades
convincentes e rígidas, e portanto, facilmente assimiláveis. A identidade
democrática seria menos atraente, pois envolve a liberdade de escolha, em vez
de fornecer uma identidade imediata.